17 de abr. de 2014

Resenha: Instincted - ...Is All That I Am (EP)

Independente
Nota 8,0/10

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


É interessante notar como a cena Metal brasileira se adapta bem às múltiplas facetas do gênero que ocorrem no exterior, pois apesar do forte ranço conservador em termos musicais, existem bandas de vertentes mais jovens surgindo todos os dias em nosso país. Sinal não só de renovação, mas de que as velha mentalidade anda evoluindo. E um ótimo grupo que surge em nosso país é o do INSTINCTED, que chega com o seu EP de estréia, "...Is All That I Am".

Antes de tudo, a banda trilha os caminhos do New Metal, ou seja, é algo realmente novo e bem experimental, mas não soa tão eletrônico e caótico como os similares de fora. A sonoridade do grupo tem uma coerência e mente pulsando por trás das composições, e soa bastante orgânico em vários momentos em meio aos efeitos eletrônicos. Ótimos vocais (que vão de timbres melodiosos a outros mais agressivos sem pudor algum), um trabalho de guitarras bem feito e de bom gosto, baixo e bateria seguros e firmes na base rítmica, mas com boa diversidade técnica. Em suma: um trabalho diferente, mas ótimo.

Boa produção sonora feita pelo próprio vocalista (que ainda fez a engenharia sonora e mixagem), e masterização nas mãos de Breno Calmon nos IAV Studios, a sonoridade do quinteto flui limpa, pesada e intensa, com tudo em seus devidos lugares, com detalhes e arranjos bem audíveis. Algo que em termos de New Metal é um pouco. incomum, mas o INSTINCTED não é mesmo uma banda comum. E o trabalho gráfico concebido por Fábio Carito e Roberto Santos ficou muito legal.

Instincted
Sejamos bem justos: se não fosse mencionado que o grupo faz New Metal ("Nu" é o raio que os parta! Aprendamos, por favor, a utilizar as palavras certas), acredito que poucos ouvintes iriam ficar analisando a banda, mas iriam curtir, pois o trabalho do grupo é bem feito, com composições bem estruturadas e tocadas, e como dito acima, eles utilizam sim efeitos eletrônicos, mas de forma tão sutil que poucas vezes os menos experientes notarão.

As 4 faixas são todas muito boas ("ImPULSEing" é uma introdução): "Undone" é abrasiva e intensa (reparem na força dos vocais e o peso da base baixo/bateria), "Redden The Abyss Between Us" é mais intimista em vários aspectos (as guitarras vão de riffs distorcidos à partes limpas sem medo), "Nameless God" é uma faixa típica de New Metal (mas sem abusar demais de mudanças de ritmo caóticas e sem vocais gritados), e "Essential Ignorance" é mais sinuosa e pesada, com boa dinâmica entre vocais e linhas instrumentais. 

Não é lá um trabalho de simples digestão, mas que desafia o ouvinte. E quem consegue decifrar o enigma da Esfinge presente em "...Is All That I Am" terá momentos de puro prazer para seus ouvidos e mente.



Tracklist:

01. Impulseing 
02. Undone 
03. Redden The Abyss Between Us
04. Nameless God
05. Essential  Ignorance 


Banda:

Rogério Fergan - Vocais, programação
Fábio Carito - Baixo, vocais
Rafael Sousa - Guitarras, vocais
Marcelo Bernat - Guitarras, vocais 
Roberto Santos - Bateria, vocais


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