7 de jan. de 2015

Dreadnox – The Hero Inside (CD)

DX Music
Nota 10,0/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia




Um dos conceitos que todos criamos dentro de nós mesmos durante a vida é o de herói. Todos acabam gerando para si uma visão do herói, buscando em algum modelo (que exista no mundo real ou não) as virtudes e qualidades que aspiramos ter, ou as que buscamos ter. Não é por um simples acaso que filmes com figuras heróicas acabam sempre atraindo grande interesse, e as famosas estórias em quadrinhos tragam às gerações após os anos 70 no Brasil. E é justamente o conceito do herói que existe em cada ser humano que inspirou o quarteto carioca DREADNOX a lançar seu quarto disco, o excelente "The Hero Inside".

O grupo trilha um caminho já trilhado por algumas bandas, que é o chamado Metal tradicional moderno. Ou seja, é uma banda que incorpora elementos agressivos do Thrash Metal à melodias bem explicitadas, e ótimos refrões. Mas o DREADNOX tem uma forte personalidade, que transpira em cada uma das dez faixas do disco. Os vocais de Fábio são ótimos, mostrando força, melodia e versatilidade, sabendo usar bem sua voz, enquanto as guitarras de Kiko exibem riffs técnicos, melodiosos e ganchudos, além de solos inspirados (mas sem infinitas notas à velocidade de luz), e a base rítmica de Dead Montana (baixo) e Felipe (bateria) é bem pesada e diversificada, sabendo usar de técnica e pegada para guiar os andamentos da banda. E meus caros, como é bom ouvir uma música viciante deste nível!

Dreadnox
Produzido pelo experiente Renato Tribuzy, com mixagem de Roy Z., mais a masterização Maor Appelbaum, podemos aferir que a qualidade sonora de “The Hero Inside” é perfeita, com todos os instrumentos aparecendo nas devidas proporções. Os timbres foram bem escolhidos, e a sonoridade mais seca e agressiva, o que ressalta o lado agressivo da música do quarteto, mas sem obliterar as melodias do grupo. A arte como um todo é mais um belíssimo trabalho de Gustavo Sazes, que soube captar bem a essência da música do grupo, e ao mesmo tempo, a proposta lírica do grupo.

O DREADNOX é uma banda refinada, embora com um peso descomunal. A prova disso é a sabedoria na hora de criar arranjos. Os mesmos são sóbrios, mas muito bem feitos, ou seja, a banda não coloca um acorde, uma batida, uma nota a mais ou a menos sequer, se não forem necessários. 

O disco abre com "Final Siege", que tem riffs pesados e azedos, e belas vocalizações e ótimo trabalho de baixo e bateria, sendo bem azeda. Pesada e com um andamento que não chega a ser veloz, "Abuse of Power" se destaca justamente pelo contraste de vocais mais melódicos e colcha instrumental seca e agressiva (mas reparem bastante na técnica de baixo e bateria, com boas quebradas de ritmo). "Who Can Be Sure of Anything" já tem uma pegada mais melodiosa e viciante, como se o grupo colocasse a roupagem moderna e pesada de seu trabalho em um Hard'n'Heavy dos anos 80, destacando-se mais uma vez as vocalizações bem feitas de Fábio. Na faixa "The Hero Inside", mais uma vez o quarteto mostra um andamento moderado (nem veloz e nem lento), com belíssimo trabalho da bateria (uso bem feito e sóbrio de dois bumbos) e um solo de guitarra maravilhoso. E mais uma vez a banda mostra que sabe balancear peso, melodia e agressividade em "Manic Depressive", mais uma vez guiada por guitarras fantásticas nos riffs e vocais muito bem assentados. Em "Nomophobia", outra faixa onde a melodia acaba se destacando (embora próximo ao refrão, ganhe mais agressividade), onde baixo e bateria se evidenciam (e uma letra bem atual, já que nomofobia é um distúrbio que causa desconforto pela necessidade de estar conectado à internet por celulares ou computadores). Um pouco mais acessível é "Dreamcatcher", que usa bastante de momentos mais etéreos, riffs ganchudos, refrão envolvente, e vocais que mostram que podem ir de timbres mais suaves até outros mais agressivos sem medo. "DX" é uma instrumental pesada e criativa, onde alguns toques de estilos de fora do Metal surgem, mas que soam imperceptíveis aos mais leigos. Já "The Profane" começa mais pesada, mas logo ganha alguns contornos que lembram bastante o Power Metal da primeira metade dos anos 80, com presença marcante do baixo, e um refrão maravilhoso. Fechando, temos "My Judgment Day", também mais macia, onde a influência do IRON MAIDEN se faz presente, mas sem ser uma cópia do mesmo, bem dinâmica e com riffs muito bem feitos.

É, mal 2015 começa e somos brindados com uma obra deste quilate?

É ouvir, gamar e não largar mais!





Músicas:

01. Final Siege
02. Abuse of Power 
03. Who Can Be Sure of Anything
04. The Hero Inside
05. Manic Depressive
06. Nomophobia
07. Dreamcatcher 
08. DX 
09. The Profane
10. My Judgment Day


Banda: 

Fábio Schneider – Vocais 
Kiko Dittert – Guitarras 
Dead Montana – Baixo 
Felipe Curi – Bateria 


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