23 de mar. de 2015

Revenged – Arduous Process (EP)

Independente
Nota 8,5

Por Marcos "Big Daddy" Garcia



Certos discos na história do Metal e do próprio Rock possuem nomes que refletem a realidade das bandas que os gravam em dados momentos. Os exemplos são inúmeros, como “Sabotage” do BLACK SABBATH, pois a banda, apesar de estar bem, vivia um problema sem fim por conta de processos, tanto que não havia concentração e isolamento necessários para se fazer o disco (apesar de “Sabotage” ser um clássico). E mais um que se junta a essa turma é o quarteto REVENGED, de Campo Grande (MS), que chega com “Arduos Process”, um belo trabalho.

Nascido das cinzas do finado RHEVAN, o grupo está bem muito distante deste, e ao ouvir o trabalho, fica claro que a banda tomou uma bela surra para criar este trabalho. Uma surra dada pelas dificuldades da vida, pela omissão de muitos em entender que o cenário Metal carece de investimentos financeiros, entre tantas outras tribulações conhecidas de todos. Mas o Heavy Metal moderno forte e vigoroso da banda, bem trabalhado, melodioso e com a devida agressividade, é realmente ótimo de se ouvir, com vocais muito bons, ótimos arranjos de guitarras nos riffs e solos, base rítmica forte e vibrante, mas com peso na devida dose. Ou seja, não deve buscar neles o que a primeira banda de Aldo Carmine e Thiago Azevedo fazia. Aqui, é tudo mais pesado, intenso e direto.

A produção, feita por Aldo, é muito boa, deixando os instrumentos soando claros e com peso nas devidas medidas. Nada está fora do lugar ou com volumes excessivos. A sonoridade e os timbres mais secos priorizam o lado mais pesado do grupo.

Bem arranjado, sabendo criar momentos musicais que grudam em nossos ouvidos, bons refrões, andamentos mais simples e diretos, tudo para uma banda de Heavy Metal que sabe o que quer, e como quer. E um deleite aos fãs.

O disco já abre com “In the Name of Gold”, uma canção pesada, azeda, mas com sofisticação e muito peso, além de um trabalho de guitarras muito bom (prestem atenção nos solos), seguida de “Killing Time”, outra canção bem pesada, já apresentando certo toque de requinte e belo trabalho de contrabaixo (veja na introdução da música). Um pouco mais soturna e direta, com elementos de Hard Rock em profusão, temos “Millions Give Millions to the Enemy”, com vocais bem encaixados e bateria com boa técnica. Em “Rotten Brains”, uma canção com um jeitão de Metal tradicional do início dos anos 80, à lá JUDAS PRIEST, em muitos momentos, mas com peso e energia bem envolventes. E então, a banda nos concede dois bônus ótimos: o primeiro é na ganchuda e envolvente “Double Talking Jive”, do finado GUNS N’ ROSES (sinto muito pelo “finado”, mas alguém ainda consegue aceitar que o apanhado de músicos reunido por Axl tem algo com a banda em questão), que ganhou uma roupagem mais pesada e moderna; e a segunda no hino “Crusader”, do SAXON, essa mais fiel à canção original (embora existam alguns arranjos um pouco diferentes, uns toques a mais aqui e ali), com vocais muito bons, e guitarras soltando faíscas para todos os lados.

Ótimo ver uma ótima banda assim em nosso país, que promete tanto. Esperamos sempre ouvir muito do REVENGED.




Músicas:

01. In the Name of Gold
02. Killing Time
03. Millions Give Millions to the Enemy
04. Rotten Brains
05. Double Talking Jive
06. Crusader


Banda:

Aldo Carmine – Vocais, guitarras
Thiago Azevedo – Guitarras 
Fran Oliveira – Baixo 
Klaus Henrique – Bateria


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