11 de mai. de 2015

Losna – Another Ophidian Stravaganza (CD)

UGK Discos
Nota 9,0/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia



Em um momento em que as mulheres andam conquistando mais espaço em vários aspectos da vida cotidiana da raça humana, é um prazer ouvir mais e mais trabalhos das garotas em termos de Metal, sejam em bandas exclusivamente femininas, sejam em bandas mistas. Justamente pela competência de bandas como NERVOSA, INDISCIPLINE, HELLARISE e MELYRA, o bordão oitentista “Metal é coisa de macho” desceu pela sarjeta das regras sem base. E já foi tarde. E é um deleite ouvir bandas como o experiente trio LOSNA, de Porto Alegre (RS), lançando trabalhos ótimos, sendo o mais recente “Another Ophidian Stravaganza”, seu terceiro álbum.

Thrash Metal coeso e muito pesado, com boa técnica, agressividade e melodias bem planejadas é o que o trio nos oferece. E apesar do Thrash Metal ser bem erodido, o que torna o trabalho do grupo diferente é sua pegada atual, um insight nada old school sem tentar refazer o que existe no passado. Longe disso, temos vocais insanos em timbres normais (e bem diferenciados do que ouvimos por aí), riffs de guitarra azedos e solos melodiosos na medida certa, e uma base rítmica variada e com peso. E como dito, o convencional não é a praia da banda, sendo que o disco transpira personalidade, garra e energia. 

Losna
A produção do disco é boa (poderia ser um pouquinho melhor, mas está de bom nível), sabendo deixar a música do trio pesada e clara, sem deixar de ser agressiva. Digamos que temos peso e qualidade nas devidas proporções, em um trabalho muito bom de Fábio Lentino em parceria com a banda. E a arte usa um design interessante e muito bom para o encarte, fora a excelente capa de Tiago Medeiros.

Arranjos inteligentes, timbres bem escolhidos, tudo no aspecto musical da banda é atraente e bem feito. E isso mostra que este grupo veterano sabe bem o que está fazendo.

O trabalho é sólido e homogêneo, mas se destacam as faixas “Amaro Sapore” (uma pedrada thrasher com um trabalho ótimo de guitarras e bateria. Basta ver o uso inteligente dos bumbos duplos e solos), a explosiva “Feronia” (mais uma vez belo trabalho de bumbos, mas dessa vez acompanhado de vocais bem postados e riffs insanos), a insanidade empolgante de “Immiscible Pleasures” (um andamento bem ganchudo e guitarras ótimas mais uma vez), a pedrada de “Serpent Egg” (vocais bem postados e que lembram uma versão feminina de Lemmy em alguns aspectos), a mais cadenciada e azeda “No Time for Romance” (momentos técnicos do baixo estão presente, quase jazzísticos, além de um solo que lembra bem a escola de “Fast” Eddie Clarke), a ganchuda e envolvente “Animal Instinct”, e a climática e com boas mudanças rítmicas “Pneumonia”. E perceba-se que essa turma possui letras inteligentes, que não estão ali por mero acaso ou para ocupar espaço.

Parabéns a este trio veterano, que não cede às pressões e mostra um trabalho ótimo.





Músicas:

01. Amaro Sapore
02. Feronia
03. Back to the Grotto
04. Immiscible Pleasures
05. Project 971
06. Serpent Egg
07. Mesmerized by Rotten Meat
08. No Time for Romance
09. Animal Instinct
10. Strut
11. Pneumonia


Banda:

Fernanda Gomes – Baixo, vocais
Débora Gomes – Guitarras 
Marcelo Índio – Bateria 


Contatos:

Metal Media (Assessoria de Imprensa)
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