6 de ago. de 2015

In Torment - Sphere of Metaphysical Incarnations (CD)

2014 - Eternal Hatred Records/Rapture Records - Nacional

Nota 9,0/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Técnico, brutal, opressivo e bem feito. Sim, estes termos podem ser todos associados ao Metal extremo, em especial ao Death Metal, que anda revelando cada vez mais bandas que conseguem receber os adjetivos acima em sua expressão musical. E cada um deles é muito merecido pelo quinteto IN TORMENT, de São Leopoldo (RS), que lançaram uma gema preciosa que tem por nome "Sphere of Metaphysical Incarnations", seu terceiro e excelente trabalho.

Podemos dizer que o IN TORMENT segue uma linha bem próxima a bandas como SUFFOCATION e MORBID ANGEL, ou seja, um Death Metal bruto e explosivo, mas com refinada técnica instrumental. Só que no caso dos brasileiros, ainda vemos aflorar algumas belas melodias no meio de tanta agressividade (como podemos perceber em "The Threshould (Transcending the Matter)" e na própria "Sphere of Metaphysical Incarnations"). E existe uma envoltória elegante em torno do trabalho deles, algo que torna o trabalho deles ainda mais fascinante.

Produzido por Sebastian Carsin em parceria com o quinteto, e mixagem e masterização de Zack Ohren, podemos aferir que a produção do álbum está na medida, com bastante clareza instrumental para compreendermos todas as nuances da música do quinteto, mas ao mesmo tempo, possui a agressividade e peso necessários a um disco de Death Metal. E em termos de arte, Rafael Giovanoli fez uma bela capa, que se enquadra no conteúdo quase metafísico/filosófico das letras.

A música do IN TORMENT é rica em arranjos muito bem feitos, e as letras, como dito antes, seguem um conceito único, mas sempre usando uma linguagem diferenciada, que não é comum ao gênero. E por isso, temos um trabalho bem particular deles, que merece aplausos. E para dar um brilho extra, Renato Osório, guitarrista do HIBRIA, faz um solo em "Mechanisms of Domination".

The Unnatural Conception - Faixa de abertura do CD, que começa rápida e brutal, mas logo o lado mais técnico prevalece, sem deixar o peso de lado. E o destaque fica para o excelente trabalho de baixo e bateria, que dão uma diversidade rítmica ótima à canção.

Divine Universal Awareness - Outra faixa bem técnica e agressiva, com belos contrastes vocais, usando timbres mais urrados e gritos agonizantes. e reparem como o baixo se destaca bastante em muito momentos.

Into Abyssal Landscapes - Uma canção muito empolgante. O andamento dá uma aula de mudanças de ritmo, fugindo do ponto comum, com a bateria se destacando bastante no meio de riffs abusivamente pesados e técnicos.

The Threshold (Transcending the Matter) - Uma das melhores faixas do CD. Bruta e veloz na medida certa, mas cheia de momentos mais cadenciados e introspectivos, com uma exibição de gala das guitarras. E é justamente aqui que o lado mais melodioso do quinteto aflora nas guitarras, especialmente nos solos.

Sphere of Metaphysical Incarnations - Assim como a faixa anterior, melodias muito boas afloram no meio da brutalidade e velocidade, só que aqui, elas contribuem de uma forma que a canção fica ainda mais empolgante. E as guitarras roubam a cena mais uma vez com riffs ótimos, e solos melodiosos.

Far Beyond Mortality - Uma golfada opressiva e técnica de pura agressividade, alternando velocidade e cadência nas devidas proporções, em mais um espetáculo dado por baixo e bateria. Mas se repararem, os vocais dão uma aula de guturais bem encaixados e boa dicção.

Mechanisms of Domination - Muitos ritmos quebrados e peso dão a tônica na canção, com riffs azedos e um solo melodioso ótimo em uma parte mais introspectiva, que não destoa do conteúdo bruto da música.

The Extinction Process - Outra faixa bem técnica e com mudanças de andamento excelentes. Mas mais uma vez, empolgante e apresentando vocais ótimos.

Beholding the Everlasting - Fechando o disco, temos uma faixa que é bem densa em termos de feeling, com guitarras apresentando riffs mais intensos e agonizantes, o baixo aparecendo bastante com arranjos bem dinâmicos, bateria com peso absurdo nos bumbos, e tudo nos seus devidos lugares.

"Haters gonna hate", mas o IN TORMENT, mesmo com toda sua experiência, é um sopro fresco de vida em um cenário musical que está ficando tão cheio de mofo, como é a atualidade do Metal nacional.

Um dos plays nacionais do ano, sem sombra de dúvidas!



Músicas:

01. The Unnatural Conception
02. Divine Universal Awareness 
03. Into Abyssal Landscapes 
04. The Threshold (Transcending the Matter) 
05. Sphere of Metaphysical Incarnations 
06. Far Beyond Mortality
07. Mechanisms of Domination 
08. The Extinction Process 
09. Beholding the Everlasting


Banda:

Alex Zuchi - Vocais
Rafael Giovanoli - Guitarras
Alexandre Graessler - Guitarras
Dionatan Britto - Bateria
Bruno Fogaça - Baixo


Contatos:

MS Metal Agency Brasil (Assessoria de Imprensa)
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